Diante do impasse vivido nos últimos dias na cidade de Bom Jardim, por conta do caso “Prefeita Ostentação”, a vice-prefeita da cidade, Malrinete Gralhada (PMDB), solicitou nesta quarta-feira (26) um mandado de segurança no Fórum da cidade para assumir o comando do município, que ganhou destaque na última quinta-feira (20) após um escândalo de desvios de dinheiro público da educação investigado pela Polícia Federal (PF), com a fuga da prefeita Lidiane Leite da Silva (sem partido). Segundo ela, na cidade de 39 mil habitantes, a situação é de “abandono total”.
Eleita em 2012 pela coligação ‘A Esperança do Povo’, a vice-prefeita contou ao G1 que não despacha da sede da prefeitura desde 2013, quando a prefeita Lidiane, de 25 anos, passou a proibir sua entrada. “Ela rompeu comigo e com muitas outras lideranças e a partir de então disse que não era mais para eu entrar lá. Não participei de nenhum dia dessa administração”, relata.
O momento é de apreensão também para os servidores do município. Alguns estão sem receber, como os da área da saúde, que, segundo Malrinete, estão há três meses sem salário. A própria vice está sem receber há dois meses. “O povo quer uma decisão. As crianças estão sem merenda, sem escola. As aulas são em bar, debaixo de árvore”, diz.
Aos 49 anos, Malrinete afirma estar preparada para conduzir o Executivo municipal. “Estou esperando uma decisão da Justiça, e estarei pronta e preparada para o que for necessário”, garante.
Pedido de prisão
A defesa da prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite, aguarda a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o pedido de habeas corpus protocolado nesta terça (25), solicitando a revogação da prisão preventiva da gestora.
Na tarde desta quarta-feira (26) o advogado dela, Carlos Sérgio de Carvalho, terá uma audiência com o ministro relator do caso para apresentar seus argumentos. “É uma prisão desnecessária já que Lidiane não põe em risco as investigações”, disse o advogado.
A prefeita está foragida desde a última quinta-feira (20) quando foi decretada sua prisão preventiva em desdobramentos da Operação Édem, que investiga e fraudes em licitações, desvio de dinheiro da merenda escolar e transferências bancárias irregulares.
Ela é investigada também por transferências da conta da Prefeitura para sua conta pessoal no valor de R$ 40 mil e por transferências para o advogado da prefeitura, Danilo Mohana, que somam mais de R$ 200 mil em pouco mais de um ano.
Interpol
O superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Alexandre Saraiva, disse ao G1 que solicitou na tarde desta terça-feira (25) à Interpol a inclusão do nome de Lidiane Leite na lista vermelha da organização. “Estamos aguardando o posicionamento da Interpol”, disse.
Do G1 Maranhão




