Depois de nove meses de espera, o país finalmente assistirá hoje ao término do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Desanimados, os petistas e aliados da presidente afastada já jogaram a toalha. No Planalto, a conta é que o presidente interino terá entre 60 e 61 votos favoráveis à sua efetivação no cargo — dois a mais que durante a pronúncia e sete a mais que o mínimo necessário para tornar-se presidente efetivo.
Um Temer bem menos ansioso e mais calmo aguarda o desfecho do processo para viajar para a China, onde participará da reunião do G-20. No Senado, o trabalho de convencimento dos votos pró-governo interino está a cargo do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Com o anúncio de Otto Alencar (PSD-BA) de que votará contra o impeachment, a pressão toda está voltada sobre Telmário Mota (PDT-RR), Elmano Ferrer (PTB-PI) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que se absteve em todas as votações anteriores.
Do outro lado, alguns petistas ainda apostam as últimas fichas, quase em um gesto de desespero. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu em Brasília ao longo de todo o dia, tentando virar votos. A expectativa de uma reversão em bloco no posicionamento dos senadores maranhenses não aconteceu. Roberto Rocha (PSB), João Alberto (PMDB) e Edison Lobão (PMDB) votarão pelo afastamento.
A investida em Alagoas tampouco deu certo. A esperança era que os senadores Fernando Collor de Mello (PTC) e Benedito de Lira (PP) se sentissem incomodados com os superpoderes concedidos pelo presidente interino a Renan Calheiros (PMDB). O filho de Renan governa o estado e o senador está de olho na disputa pela prefeitura da capital. Mas Collor e Benedito devem votar ao lado de Temer.




