Mesmo sem levar mala, passagens aéreas ficaram 21,26% mais caras

A expectativa era de que as novas regras para a cobrança de bagagem pudessem resultar em passagens mais baratas aos passageiros que não despacham malas. Contudo, o consumidor ainda vai demorar para ver os preços diminuírem, como garantiram a Agência de Aviação Civil (Anac) e a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear).

Desde o final de abril, começou a valer o novo modelo onde os passageiros não terão mais o serviço de franquia de bagagem gratuito. De acordo com as regras antigas, era permitido o transporte de duas malas de até 23 kg cada, além da bagagem de mão de 5kg.

Agora para despachar as malas será necessário pagar uma taxa, que pode variar de acordo com a companhia área escolhida. Por outro lado, as regras para a bagagem de mão, aquela levada na cabine, foram flexibilizadas. O passageiro pode levar uma mala de até 10kg sem qualquer custo.

Por não haver necessidade de despachar bagagem, os bilhetes ficariam mais baratos e seria criada uma nova tarifa, voltada especialmente a esse tipo de passageiro. Assim afirmaram a Anac e a Abear. O tempo passou e a experiência do consumidor revela que os preços foram mantidos, só mudando a nomenclatura do bilhete para indicar uma diferenciação.

As empresas Gol e Latam, donas de mais de 70% do mercado doméstico, iniciaram a cobrança há duas semanas. Em alguns casos, a passagem que deveria ser mais vantajosa para quem não pretende despachar a mala ficou mais cara do que a anterior, sem contar que o passageiro ainda pagará os R$ 30 por mala.

Comparativo

Antes das novas regras, por exemplo, era possível comprar um bilhete, com dois meses de antecedência, de ida e volta entre Brasília e São Paulo por cerca de R$ 350 em um site de viagens com cotações de várias empresas aéreas. Agora, o mesmo bilhete para meados de agosto custa pelo menos R$ 478, sem contar as malas.

Um relatório, publicado pela Anac em 2016, revela que o valor nominal do bilhete médio cresceu 6,8% em relação ao anterior. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para a mesma realidade. No acumulado em 12 meses até junho, os bilhetes aéreos ficaram 21,26% mais caros, enquanto a inflação oficial foi de apenas 3,52%.

A queda na oferta de voos nos últimos anos foi um dos fatores que contribuiu para segurar os preços no alto. Especialistas desacreditam que a oferta de uma nova tarifa irá trazer economia ao consumidor final.

Correio Braziliense

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