A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (24/11), o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestaria hoje um depoimento na CPI do BNDES. Ele foi detido em Brasília e a expectativa é de que seja transferido para Curitiba.
Hoje, a Operação Lava-Jato deflagrou a 21ª fase do caso, apelidada “Passe Livre”. Cento e quarenta policiais cumprem ainda 25 mandados busca e apreensão e seis de condução coercitiva, quando o investigado é levado para prestar depoimento e liberado em seguida. A Operação avalia “indícios de fraude” em licitação na contratação do navio-sonda da Petrobras Vitória 10.000. Além disso, apura uma série de empréstimos considerados irregulares ou suspeitos envolvendo o banco Schahin e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para, em última instância, financiar o Partido dos Trabalhadores (PT). As ações ocorrem em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Lins (SP), Piracicaba (SP), Campo Grande (MS) e Dourados (MS).
A PF bateu às portas do BNDES procurando documentos sobre os empréstimos para as empresas de Bumlai que não foram pagos. Em nota ao Correio, o banco disse que as operações de crédito foram regulares e que está tomando as medidas para reaver os prejuízos, que seriam de R$ 400 milhões, segundo a força-tarefa da Lava-Jato.
Bumlai foi acusado pelo empresário Salim Schahin de pegar um empréstimo de R$ 12 milhões em seu banco e pagá-lo com um contrato da Petrobras. O pecuarista conseguiu que o grupo empresarial obtivesse a operação do navio-sonda da Petrobras Vitória 10.000 – um negócio de mais de R$ 1 bilhão. Salim Schahin disse que Bumlai afirmou que o dinheiro era para o PT e que a dívida acabou sendo perdoada.
O lobista Fernando Baiano ainda afirmou que pagou a Bumlai R$ 2 milhões como adiantamento de uma comissão pela intermediação dele com o ex-presidente Lula para que a OSX, de Eike Batista, fosse contratada para construir sondas para a Petrobras. De acordo com o operador, o pecuarista disse que o dinheiro era destinado a uma nora de Lula.
Quando os três depoimentos foram divulgados, o pecuarista afirmou que quitou o débito do Schahin por meio de entrega de embriões de bois, o que estaria documentado. Também afirmou que nunca usou o nome do ex-presidente. O PT e Lula negaram recebimento de qualquer valor ilegal do esquema.
Mas o procurador da República Diogo Castor de Mattos afirmou em entrevista coletiva em Curitiba hoje que o pagamento com embriões foi uma fraude.
Com informações do Correio Braziliense





