Exclusivo: "O povo do nosso Estado nos colocou no campo da oposição", afirma Hildo Rocha.

Da série “Conversa com os eleitos”, o ex prefeito de Cantanhede, ex vereador, presidente de Câmara, ex secretário de Cidades do Estado e deputado federal eleito, Hildo Rocha, concedeu entrevista exclusiva ao Blog da Cristiana França, onde falou sobre sua eleição, os rumos que o seu partido PMDB, deve seguir e o seu posicionamento ante ao atual momento político que vive o Maranhão. Um dos principais pontos da entrevista é quando Rocha afirma que nunca esteve inelegível, fato que foi muito propagado pela mídia virtual nas eleições de 2014. Ainda na entrevista, o deputado garante que não tem medo de estar na oposição, pois “já perdeu e ganhou eleições”, mas que não colocará nenhuma dificuldade para o governador Flávio Dino fazer um bom governo. Confira abaixo a entrevista com o deputado federal eleito, Hildo Rocha.

Deputado, durante sua campanha em Outubro passado, o senhor sofreu vários ataques virtuais dando conta que estava inelegível, por causa de problemas com a justiça federal. No final das contas, o senhor foi o segundo deputado federal eleito mais votado do Maranhão. A titular do blog foi informada que pretendes criar uma lei contra divulgação de informação “avulsa” na internet, digamos assim, praticadas por alguns blogueiros. Como seria essa lei?

Hildo Rocha – Primeiro preciso dizer que nunca estive inelegível. Todas as contas do período que fui ordenador de despesas públicas foram aprovadas nos tribunais de contas. O que foi praticado, não apenas contra mim, mas é praticado no dia a dia contra milhares de pessoas é um crime contra a honra. Entendo que os crimes contra a honra são terríveis ainda mais quando praticados no mundo da internet porque tem um maior potencial ofensivo. A nossa Constituição prevê em seu art. 5°, um rol de penas a serem impostas àqueles que cometem infrações penais, mas esse rol é exemplificativo, aos legisladores cabe atribuir às penas que considerar mais convenientes, por isso apresentarei logo no início da 55ª Legislatura, um projeto de lei alterando o nosso código penal aumentando em mais um terço os crimes contra honra praticados através da internet.

O senhor faz parte do grupo Sarney, já foi prefeito, vereador e presidente de Câmara, secretário e agora deputado federal. Já foi situação e está saindo dela para voltar à oposição. Ta preparado para voltar a oposição novamente? Como se dará seu mandato nessa questão?

Estou há vinte e dois anos na política. Meu primeiro mandato conquistei em 1992, que foi de vereador do município de Cantanhede. Já ganhei e já perdi eleições. Não tenho medo de disputar eleições, assim como não tenho medo nenhum de ser oposição. Lógico que o político briga para chegar ao poder. Tem político que não gosta de ser oposição porque desempenhar um trabalho político na oposição é muito difícil ainda mais nesse sistema político existente em nosso país. Não colocarei nenhuma dificuldade para o governador Flávio Dino fazer um bom governo. Como deputado federal, estarei ajudando o seu governo a trazer recursos federais para o Maranhão, mas irei fiscalizar e denunciar as irregularidades que vierem a existir e eu tomar conhecimento. Só que não irei praticar o denuncismo, que é o denunciar por denunciar.  O Maranhão merece respeito.

Desde que a ex -governadora Roseana Sarney renunciou ao mandato, no ano passado, o seu partido, PMDB, vem definhando cada vez mais, pois não tem mais um líder. Recentemente, o ex prefeito Luís Fernando se desfiliou do partido, o Gastão Vieira também está na iminência de seguir o mesmo caminho, e são duas grandes perdas para o PMDB, sem dúvida. Na sua opinião, qual o melhor caminho para o partido seguir daqui pra frente, já que ele é oposição declarada ao governo estadual e sua principal figura política, José Sarney, também encerrou sua vida pública?

Hildo Rocha – O povo do nosso Estado nos colocou no campo da oposição. O caminho do PMDB só é um: o da oposição. Com relação à saída do Luís Fernando do PMDB, ele tem toda a razão, pois o partido não o apoiou na sua pré-campanha ao governo do Estado, apenas alguns poucos integrantes, como a ex governadora Roseana. Com relação a Gastão Vieira, o PMDB inteiro lhe apoiou como candidato a senador. Entendo que deve estar buscando um espaço maior para ele e isso é natural na política. Ele é um bom quadro, um homem preparadíssimo, assim como Luís Fernando. Para o PMDB, é um prejuízo enorme a saída desses dois grandes homens públicos.

Em 2014, foram eleitos três candidatos do seu partido, o senhor, João Marcelo e o Alberto Filho, que perdeu a vaga para o pedetista Julião Amim, que inclusive já foi até diplomado. Com isso, o partido já perde força dentro da Câmara Federal. Como anda essa questão? Isso prejudica os planos do partido?

Hildo Rocha – Com toda a certeza, o Alberto Filho perder o mandato é um grande prejuízo para o nosso partido, mas mesmo assim a nível nacional, o nosso partido não perderá força, tendo em vista que iremos eleger o Eduardo Cunha presidente da Câmara.  Interessante que com a diplomação do Julião Amim nós teremos um deputado federal a mais em nossa bancada, pois pelo que estou sabendo, o Alberto Filho não teve seu diploma cassado.

Ano que vem teremos eleição novamente, desta vez, no âmbito municipal. Em 2012, sua esposa foi candidata a prefeita em Cantanhede, ficando em segundo lugar na disputa. Teria aí alguma possibilidade do senhor ser o candidato lá ano que vem? Se não, pretende lançar alguém do grupo de oposição ao Zé Martinho?

Hildo Rocha – Este ano devemos aprovar a reforma política e um dos ítens que defendo é a coincidência das eleições. Sendo aprovada ainda este ano, vamos ter eleições gerais logo em 2018. Não gostaria mais de ser prefeito de Cantanhede, pois entendo que já dei minha contribuição, fui prefeito já por duas vezes, além disso, existem dentro do nosso grupo político ótimos candidatos e muitos descontentes com o grupo da situação que poderão vir a ser candidato a prefeito com nosso apoio.

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