O presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu nesta quarta-feira (14), em encontro com governadores eleitos em Brasília, a aprovação de medidas “um pouco amargas” no Congresso.
Em um discurso no fim do evento, Bolsonaro disse que a União e os estados vivem momento de dificuldade e que a equipe econômica de seu governo está concluindo propostas de reformas que devem ser apresentadas ao Congresso. Ele não citou especificamente a quais reformas se referia.
“As reformas passam pela Câmara e pelo Senado e nós pedimos neste momento, os senhores têm realmente a perfeita noção do que tem que ser feito. Algumas medidas são um pouco amargas, mas nós não podemos tangenciar com a possibilidade de nos transformarmos naquilo que a Grécia passou, por exemplo”, afirmou Bolsonaro.
União
Bolsonaro disse ainda que o momento pede união entre os governantes, independentemente de afinidades partidárias.
“Temos de fazer política diferente do que fizemos. Não teremos outra oportunidade de mudar o Brasil. Temos de dar certo, trabalhar unidos, irmanados nesse propósito, independente de política partidária”, afirmou.
No discurso, Bolsonaro afirmou que deseja “dividir” os desafios com os governadores eleitos e que fará o possível para auxiliar os estados, mesmo que o governador seja de partido de oposição, como o PT.
“Faremos todo o possível para atendê-los, independente de coloração político-partidária.
Não interessa se o colega é governador do PT, ou de outro partido qualquer, como o DEM ou o meu PSL”, declarou o presidente.
Reunião de governadores eleitos
O encontro foi costurado pelos governadores eleitos João Doria (PSDB-SP), Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Wilson Witzel (PSC-RJ).
Participaram os governadores eleitos de Acre, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Tocantins, Piauí e o vice-governador da Bahia.
Cada governador teve direito à palavra por seis minutos durante a reunião. Eles apresentaram questões prioritárias em seus estados e falaram sobre o fortalecimento do pacto federativo.
O governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT-PI), levou uma carta em nome dos governadores do Nordeste. O documento, entregue ao presidente eleito Jair Bolsonaro, pede cooperação da União para reduzir os índices de homicídios na região.
“Destacamos, inicialmente, a importância do trabalho em conjunto para a superação dos altos índices de violência registrados no Nordeste, ponto essencial para a melhoria da qualidade de vida. Do total de assassinatos registrados no Brasil, o Nordeste concentra 40,5% dos casos, em sua maioria, provocados por arma de fogo”, diz o documento.
A carta cita ainda a necessidade de se reduzir o déficit da Previdência de uma forma que não penalize os mais pobres e as mulheres.
Ao chegar para o encontro nesta quarta-feira em Brasília, o governador eleito do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA), disse que os Estado devem fazer seu “dever de casa” para justificar o auxílio financeiro da União.
“É necessário que os estados possam ser mais eficientes nos gastos públicos. Possam compreender o fortalecimento do desenvolvimento das suas economias para ampliar a sua receita e a sua capacidade de investimento e otimizar a mão de obra para não inchar a folha. Isso deve ser visto de forma paralela com o pacto federativo”, disse o governador.
“Todos devem trabalhar de forma conjunta. Se o Brasil não der certo, os estados não darão certo. Se os estados não tiverem capacidade de enfrentar os seus desafios a sobrecarga acabará recaindo sobre o governo federal. Portanto é a hora de buscarmos caminhos conjuntos. Dissociar o governo federal dos governos estaduais é absolutamente um equívoco”, afirmou
Já Ratinho Júnior (PSD-PR), governador eleito do Paraná, falou sobre a importância de criar um ambiente favorável à aprovação das reformas no Congresso, como a da Previdência.
“Todos nós temos a consciência da necessidade de fazer uma reforma da Previdência que acabe com as injustiças, que possa modernizar a Previdência. O mundo inteiro faz isso. A cada 30, 40 anos tem de ser repensar a Previdência e o Brasil tem de repensar a sua”, afirmou.
“Acho que o compromisso do presidente ele fez com o país e tem dito isso publicamente que quer avançar na reformas. Nós como governadores temos de colaborar a partir do ano que vem para que se crie esse ambiente para que o congresso possa aprovar as reformas que são melhores para o país”, disse Júnior.
Globo.com





