Participante do debate na TV Mirante, após conseguir aparecer com 5% da pesquisa do Instituto Ibope MA-05305/2016, o deputado estadual e candidato do PMN à prefeitura de São Luís, Eduardo Braide, falou sobre sua trajetória política que, segundo ele, seria limpa, proba.
Contudo, num embate com o candidato pela coligação “Por Amor a São Luís”, Wellington 11 (PP), sobre o envio de emendas para o esquema criminoso que atuou na prefeitura de Anajatuba, Braide afirmou que nunca foi investigado. Ele falou a verdade?
Documentos oficiais mostram que não.
COAF
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) — órgão federal que fiscaliza verbas federais que são destinadas às administrações estaduais e municipais —, aponta que o candidato foi alvo de investigação do órgão, que encontrou movimentações financeiras atípicas feitas por ele.
Sigiloso, o documento é de uso exclusivo das autoridades encarregadas de apurar crimes de “lavagem” de dinheiro, e mostra, no trecho “pessoas incluídas pelo COAF”, o nome de Eduardo Braide marcado como “consta”.
Ministério Público Federal e Polícia Federal
Devido as movimentações financeiras atípicas feitas por Braide, o Ministério Público Federal (MPF) requisitou à Polícia Federal, no dia 17 de março de 2014, a instauração na Notícia de Fato nº 1.01.004.000033/2014-31.
O documento mostra que Eduardo Braide supostamente praticou crimes, e que a investigação contra ele, foi iniciada a partir de Relatório de Inteligência Financeira, encaminhado pelo COAF, com notícias sobre movimentações financeiras atípicas, envolvendo as sociedades empresarias Vieira e Bezerra Ltda – ME, A.J.F. Júnior Batista Vieira – ME, Escutec – Pesquisa de Mercado e de Opinião Pública Ltda e A4 Serviços e Entretenimento Ltda, bem como outras diversas pessoas físicas e jurídicas a elas relacionadas.
O volume nas movimentações financeiras de Braide e das empresas, segundo o documento informa, supera a casa dos R$ 25 milhões. E mais: uma das pessoas investigadas pelo COAF, Matilde Sodré Coqueiro, que aparece em várias operações em espécie tituladas por essas empresas, seria empregada da Vieira e Bezerra Ltda – ME e da Escutec – Pesquisa de Mercado e de Opinião Pública Ltda, ao mesmo tempo em que era funcionária de cargo em comissão da Assembleia Legislativa do Maranhão, nomeada justamente no gabinete de Eduardo Braide.
Caso Anajatuba
Toda a investigação do COAF, MPF e do pedido para a entrada da PF no caso, é explicado pela descoberta de um esquema criminoso que roubou dinheiro público dos cofres municipais de Anajatuba — além das prefeituras de Caxias, Trizidela do Vale, Tuntum, Itapecuru Mirim, Codó, Alcântara, Parnarama e Mirinzal.
O esquema envolvia, conforme documento oficial da Superintendência Regional da Polícia Federal no Maranhão, a empresa A4 Serviços e Entretenimento Ltda, dentre outras empresas controladas por um dos chefes da Organização Criminosa (Orcrim), o agiota Fabiano Carvalho Bezerra — e chegou a ser alvo de reportagem do quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui?”, do programa Fantástico, da Rede Globo.
A documentação aponta ainda, que o pai do próprio candidato do PMN, o ex-deputado estadual Carlos Braide, também atuava com agiota no esquema, e que o homem responsável pela montagem dos processos de fraudulentos, José Antônio Machado de Brito Filho, mais conhecido como Zé Filho, também era nomeado como assessor do candidato Eduardo Braide.
Nas investigações, o MPF apurou ainda, que até mesmo a esposa do agiota Fabiano Carvalho Bezerra, Natasha Alves Lesch, também era assessora de Eduardo Braide na AL-MA.
Mesmo com todas essas provas, Braide sempre negou tudo, processou todos os jornalistas e blogueiros que revelaram as investigações, exigindo que as publicações sejam retiradas do ar — inclusive a do Atual 7, e anda pra cima e pra baixo com uma declaração dada pela PF quando não quer espantar seus investigados. Afinal, quem quer pegar galinha, não diz xô.
Atual 7








